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Parque Municipal Nao Oferece Acesso Aos Cadeirantes.um absurdoo





Flávia Ayer - Estado de Minas
Parque Municipal, no Centro, tem uma série de problemas para portadores de necessidades especiais, como André

Ele nem dorme de alegria quando vai brincar no parque. Ela é fanática pelo Cruzeiro e adora acompanhar os jogos do seu time de coração. O Estado de Minas levou para passear André Henrique Mercês Rosário, de 8 anos, e Bruna Buzetto Borges, de 15. O menino nasceu com paralisia cerebral, que lhe deixou tetraplégico. Como não tem controle das pernas e braços, André tem a cadeira de rodas como fiel companheira. Bruna nasceu com uma má-formação na medula e desde bem pequena também anda “motorizada”.

A ideia era se divertir à beça. Mas, embora o lazer seja direito do cidadão e a acessibilidade em locais públicos e coletivos seja exigência da lei, para os 2,9 milhões de mineiros com necessidades especiais, até no descanso as barreiras e obstáculos vão muito além das próprias limitações físicas. Com o pequeno André, o passeio começou no Parque das Mangabeiras, no Bairro Mangabeiras, Região Centro-Sul de BH, prosseguiu no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, no Centro da cidade, e terminou no Jardim Zoológico, na Pampulha. Bruna escolheu seu destino: o Mineirão, na Pampulha, onde ama ir para torcer para o Cruzeiro.

Nas visitas, os principais pontos observados foram a presença de rampas, corrimãos e brinquedos adaptados, as condições dos banheiros, da lanchonete e dos bebedouros, o rebaixamento de calçadas, a estrutura de apoio, como mapas em braile, além do o estado do piso, que deve ter ladrilhos táteis, especiais para deficientes visuais. Cada estabelecimento recebeu uma nota. A avaliação mostra alguns avanços nas áreas de lazer públicas da capital, como presença de rampas e banheiros adaptados. No entanto, na aritmética da acessibilidade, eles estão longe de merecer nota 10.

Leia também: Lei exige facilidade de acesso

Veja que notas receberam algumas áreas de lazer da capital

A terapeuta ocupacional da Associação Mineira de Reabilitação (AMR) Rita de Cássia Righi, com olhar clínico, acompanhou grande parte do percurso e ressalta que medidas que permitem às pessoas com limitações físicas acessarem e usufruir dos ambientes públicos garantem autonomia e inclusão social. “Sabemos que as barreiras são muitas e começam na hora em que a pessoa sai de casa, com o transporte coletivo. Projetar os espaços de lazer não significa criar locais específicos, mas pensar na interação da pessoa com necessidade especial com as demais. No caso das crianças, elas têm que ter a possibilidade de se divertir, o brincar ajuda no desenvolvimento”, diz.

Parques

De rampa em rampa, Cleusa Silva das Mercês, de 45, mãe de André, leva o menino até a lagoa da Praça das Águas, a principal área do Parque das Mangabeiras. Mas não há como ir adiante. Ladeiras de calçamentos e escadas separam a praça das quadras, brinquedos e de outras áreas do parque. O transporte interno não comporta a cadeira de rodas de André. As adaptações do parque, feitas em 2006, só abrangeram a Praça das Águas, onde foram instalados rampas, passarelas, guarda-corpos e banheiros adaptados. “Vou com o Dedé a todos os lugares, tem hora que fico com medo de ir com a cadeira, quando é muito íngreme. Às vezes carrego ele no colo. Só que já está ficando pesado”, afirma Cleusa.

No Parque Municipal, a situação foi pior, embora também tenha passado por reforma em 2006, quando foram construídas rampas, guarda-corpo, piso tátil e feitos ajustes de calçadas e banheiros. Para chegar aos brinquedos, Cleusa teve que ir à caça de um passeio rebaixado e, depois, atravessar um chão de brita. “Se ele tivesse condições de levar sozinho a cadeira, não conseguiria sair do lugar”, afirma, com a cadeira empinada. André se encantou com escorregador do parquinho, mas ficou só na vontade. O playground não tem adaptação para crianças especiais. No carrossel, só pôde ir com a companhia da mãe. Na hora de ir ao banheiro, passou aperto. “A porta é estreita, não tem barras nem tampa”, enumera Rita.

De acordo com a arquiteta da Fundação Municipal de Parques, Maini de Oliveira Perpétuo, as reformas de 2006 nos parques das Mangabeiras e Municipal incluíram questões de acessibilidade. “Esses dois parques são muito antigos, anteriores às leis de acessibilidade. Fizemos intervenções parciais, estamos adaptando-os de acordo com nossas condições”, ressalta. Segundo a arquiteta, existe um projeto para os dois parques de instalação de brinquedos que possam ser usados também por crianças deficientes. Outra proposta é a sinalização dos parques com mapas em braile. Os projetos não têm data definida de implementação.

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Flávia Ayer - Estado de Minas
Parque Municipal, no Centro, tem uma série de problemas para portadores de necessidades especiais, como André

Ele nem dorme de alegria quando vai brincar no parque. Ela é fanática pelo Cruzeiro e adora acompanhar os jogos do seu time de coração. O Estado de Minas levou para passear André Henrique Mercês Rosário, de 8 anos, e Bruna Buzetto Borges, de 15. O menino nasceu com paralisia cerebral, que lhe deixou tetraplégico. Como não tem controle das pernas e braços, André tem a cadeira de rodas como fiel companheira. Bruna nasceu com uma má-formação na medula e desde bem pequena também anda “motorizada”.

A ideia era se divertir à beça. Mas, embora o lazer seja direito do cidadão e a acessibilidade em locais públicos e coletivos seja exigência da lei, para os 2,9 milhões de mineiros com necessidades especiais, até no descanso as barreiras e obstáculos vão muito além das próprias limitações físicas. Com o pequeno André, o passeio começou no Parque das Mangabeiras, no Bairro Mangabeiras, Região Centro-Sul de BH, prosseguiu no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, no Centro da cidade, e terminou no Jardim Zoológico, na Pampulha. Bruna escolheu seu destino: o Mineirão, na Pampulha, onde ama ir para torcer para o Cruzeiro.

Nas visitas, os principais pontos observados foram a presença de rampas, corrimãos e brinquedos adaptados, as condições dos banheiros, da lanchonete e dos bebedouros, o rebaixamento de calçadas, a estrutura de apoio, como mapas em braile, além do o estado do piso, que deve ter ladrilhos táteis, especiais para deficientes visuais. Cada estabelecimento recebeu uma nota. A avaliação mostra alguns avanços nas áreas de lazer públicas da capital, como presença de rampas e banheiros adaptados. No entanto, na aritmética da acessibilidade, eles estão longe de merecer nota 10.

Leia também: Lei exige facilidade de acesso

Veja que notas receberam algumas áreas de lazer da capital

A terapeuta ocupacional da Associação Mineira de Reabilitação (AMR) Rita de Cássia Righi, com olhar clínico, acompanhou grande parte do percurso e ressalta que medidas que permitem às pessoas com limitações físicas acessarem e usufruir dos ambientes públicos garantem autonomia e inclusão social. “Sabemos que as barreiras são muitas e começam na hora em que a pessoa sai de casa, com o transporte coletivo. Projetar os espaços de lazer não significa criar locais específicos, mas pensar na interação da pessoa com necessidade especial com as demais. No caso das crianças, elas têm que ter a possibilidade de se divertir, o brincar ajuda no desenvolvimento”, diz.

Parques

De rampa em rampa, Cleusa Silva das Mercês, de 45, mãe de André, leva o menino até a lagoa da Praça das Águas, a principal área do Parque das Mangabeiras. Mas não há como ir adiante. Ladeiras de calçamentos e escadas separam a praça das quadras, brinquedos e de outras áreas do parque. O transporte interno não comporta a cadeira de rodas de André. As adaptações do parque, feitas em 2006, só abrangeram a Praça das Águas, onde foram instalados rampas, passarelas, guarda-corpos e banheiros adaptados. “Vou com o Dedé a todos os lugares, tem hora que fico com medo de ir com a cadeira, quando é muito íngreme. Às vezes carrego ele no colo. Só que já está ficando pesado”, afirma Cleusa.

No Parque Municipal, a situação foi pior, embora também tenha passado por reforma em 2006, quando foram construídas rampas, guarda-corpo, piso tátil e feitos ajustes de calçadas e banheiros. Para chegar aos brinquedos, Cleusa teve que ir à caça de um passeio rebaixado e, depois, atravessar um chão de brita. “Se ele tivesse condições de levar sozinho a cadeira, não conseguiria sair do lugar”, afirma, com a cadeira empinada. André se encantou com escorregador do parquinho, mas ficou só na vontade. O playground não tem adaptação para crianças especiais. No carrossel, só pôde ir com a companhia da mãe. Na hora de ir ao banheiro, passou aperto. “A porta é estreita, não tem barras nem tampa”, enumera Rita.

De acordo com a arquiteta da Fundação Municipal de Parques, Maini de Oliveira Perpétuo, as reformas de 2006 nos parques das Mangabeiras e Municipal incluíram questões de acessibilidade. “Esses dois parques são muito antigos, anteriores às leis de acessibilidade. Fizemos intervenções parciais, estamos adaptando-os de acordo com nossas condições”, ressalta. Segundo a arquiteta, existe um projeto para os dois parques de instalação de brinquedos que possam ser usados também por crianças deficientes. Outra proposta é a sinalização dos parques com mapas em braile. Os projetos não têm data definida de implementação.

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