Breaking News

Lei exige facilidade de acesso em espaços de lazer

Lei exige facilidade de acesso em espaços de lazer
Flávia Ayer - Estado de Minas

Ao entrar na Fundação Zoo-Botânica, na Região da Pampulha, André Henrique Mercês Rosário, de 8 anos, diz bem animado: “Legal!”. Com tanta felicidade, parece até que o menino, tetraplégico, prevê que ali, ao contrário dos parques das Mangabeiras e Municipal, ambos na Região Centro-Sul, ele não ficaria longe da diversão. Depois da fiscalização do Ministério Público Estadual (MPE), o zoológico passou por obras de acessibilidade, que estão em fase final. Os passeios foram rebaixados, foram construídas passarelas, mirantes, 16 banheiros adaptados, a lanchonete foi adequada, entre outras intervenções. “Estamos continuando a melhoria das calçadas, falta adequar cinco dos 14 quilômetros”, destaca Eriverto Antônio dos Reis, diretor do zoológico.

Todo adaptado para receber pessoas com necessidades especiais, o local permite que cadeirantes cheguem bem perto dos bichos. No caso dos deficientes visuais, um mapa em braile é oferecido aos visitantes. A equipe de educação ambiental também dá suporte especial a pessoas com deficiência. “Hoje, esses grupos conseguem participar de quase todas as atividades. Os cegos são os mais frequentes e damos condições a eles de tocar nos animais. Na zooboteca, trabalhamos a sensibilização, principalmente, com crianças especiais, a partir de materiais como sementes, peles e penas”, afirma a coordenadora de educação ambiental do zoológico, Gislaine Xavier Andrade. “Aqui, dá para passar o dia todo com o André”, comenta a mãe Cleusa Silva das Mercês, de 45.

Mineirão

O Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, também passou na prova de acessibilidade. Um dos programas preferidos da estudante Bruna Buzetto Borges, de 15, é torcer pelo Cruzeiro e, para isso, nem é preciso driblar as barreiras arquitetônicas. A menina usa cadeira de rodas, por conta de uma má-formação na medula, e conta com o apoio de rampas, elevador e corrimãos ao longo de todo o caminho até a arquibancada para pessoas com necessidades especiais.

“Só fico chateada porque o espaço para cadeirantes permite apenas um acompanhante, que fica em um local separado. Sou muito animada e gosto de assistir aos jogos com todo mundo”, ressalta. Outro ponto contra é que, para ter acesso à área especial, o ingresso tem de ser para arquibancada. Quem compra o ingresso para a “geral” é barrado. De acordo com a Administração de Estádios do Estado de Minas Gerais (Ademg), a liberação para mais de um acompanhante pode ser feita com antecedência e o preço do ingresso tem relação com o portão de entrada para a área especial.

Ao contrário do futebol, nos eventos de música o Mineirão não dá show. Bruna conta que, quando foi num show no estádio, o espaço para cadeirantes era bem na frente do palco. “Se acontecesse alguma coisa, as pessoas iam passar em cima de mim”, diz. Para entrar no estádio, ela teve que ser levantada por cima da roleta. “Nesses eventos, não tenho segurança de deixar ela vir sozinha”, comenta Carla Buzette Borges, de 44, mãe da menina.

Aprendizagem

Coloque vendas nos olhos ou use de cadeira de rodas por um dia. O desafio é dado nas aulas do professor de arquitetura da Universidade Fumec Jacques Lazzarotto. “Chamamos a prática ‘asensibilidade’. Assim, os alunos percebem as dificuldades enfrentadas por uma pessoa com necessidades especiais no dia a dia”, explica o professor, coautor do Guia de Acessibilidade Urbana, manual que dita adaptações necessárias na cidade para melhorar a mobilidade e convivência de quem tem alguma limitação física (veja arte). Para tornar as propostas do guia realidade, o Ministério Público Estadual (MPE), por meio da Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Idosos , fiscaliza espaços públicos e de uso coletivo, verificando se estão adequados às leis da acessibilidade.

Além do Jardim Zoológico, já passaram pela varredura do órgão o Parque Ecológico da Pampulha, o Jardim Botânico e os principais cinemas, shoppings e teatros de Belo Horizonte. A adaptação de praças e parques faz parte de um inquérito civil em tramitação no MPE. De acordo com a promotora Ana Paula Mendes Rodrigues, titular da promotoria especializada, caso não se disponha a celebrar um termo de ajustamento de conduta, uma ação civil pública será impetrada contra a Prefeitura de Belo Horizonte. “É importante ressaltar que a legislação se encontra em vigor há tempos e o seu cumprimento não está condicionado à intervenção do MP”, afirma.

VOMOS LÁ BH TODOS NÓS TEMOS O DIREITO DE NÚS DIVERTIR.....

Nenhum comentário

Lei exige facilidade de acesso em espaços de lazer

Lei exige facilidade de acesso em espaços de lazer
Flávia Ayer - Estado de Minas

Ao entrar na Fundação Zoo-Botânica, na Região da Pampulha, André Henrique Mercês Rosário, de 8 anos, diz bem animado: “Legal!”. Com tanta felicidade, parece até que o menino, tetraplégico, prevê que ali, ao contrário dos parques das Mangabeiras e Municipal, ambos na Região Centro-Sul, ele não ficaria longe da diversão. Depois da fiscalização do Ministério Público Estadual (MPE), o zoológico passou por obras de acessibilidade, que estão em fase final. Os passeios foram rebaixados, foram construídas passarelas, mirantes, 16 banheiros adaptados, a lanchonete foi adequada, entre outras intervenções. “Estamos continuando a melhoria das calçadas, falta adequar cinco dos 14 quilômetros”, destaca Eriverto Antônio dos Reis, diretor do zoológico.

Todo adaptado para receber pessoas com necessidades especiais, o local permite que cadeirantes cheguem bem perto dos bichos. No caso dos deficientes visuais, um mapa em braile é oferecido aos visitantes. A equipe de educação ambiental também dá suporte especial a pessoas com deficiência. “Hoje, esses grupos conseguem participar de quase todas as atividades. Os cegos são os mais frequentes e damos condições a eles de tocar nos animais. Na zooboteca, trabalhamos a sensibilização, principalmente, com crianças especiais, a partir de materiais como sementes, peles e penas”, afirma a coordenadora de educação ambiental do zoológico, Gislaine Xavier Andrade. “Aqui, dá para passar o dia todo com o André”, comenta a mãe Cleusa Silva das Mercês, de 45.

Mineirão

O Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, também passou na prova de acessibilidade. Um dos programas preferidos da estudante Bruna Buzetto Borges, de 15, é torcer pelo Cruzeiro e, para isso, nem é preciso driblar as barreiras arquitetônicas. A menina usa cadeira de rodas, por conta de uma má-formação na medula, e conta com o apoio de rampas, elevador e corrimãos ao longo de todo o caminho até a arquibancada para pessoas com necessidades especiais.

“Só fico chateada porque o espaço para cadeirantes permite apenas um acompanhante, que fica em um local separado. Sou muito animada e gosto de assistir aos jogos com todo mundo”, ressalta. Outro ponto contra é que, para ter acesso à área especial, o ingresso tem de ser para arquibancada. Quem compra o ingresso para a “geral” é barrado. De acordo com a Administração de Estádios do Estado de Minas Gerais (Ademg), a liberação para mais de um acompanhante pode ser feita com antecedência e o preço do ingresso tem relação com o portão de entrada para a área especial.

Ao contrário do futebol, nos eventos de música o Mineirão não dá show. Bruna conta que, quando foi num show no estádio, o espaço para cadeirantes era bem na frente do palco. “Se acontecesse alguma coisa, as pessoas iam passar em cima de mim”, diz. Para entrar no estádio, ela teve que ser levantada por cima da roleta. “Nesses eventos, não tenho segurança de deixar ela vir sozinha”, comenta Carla Buzette Borges, de 44, mãe da menina.

Aprendizagem

Coloque vendas nos olhos ou use de cadeira de rodas por um dia. O desafio é dado nas aulas do professor de arquitetura da Universidade Fumec Jacques Lazzarotto. “Chamamos a prática ‘asensibilidade’. Assim, os alunos percebem as dificuldades enfrentadas por uma pessoa com necessidades especiais no dia a dia”, explica o professor, coautor do Guia de Acessibilidade Urbana, manual que dita adaptações necessárias na cidade para melhorar a mobilidade e convivência de quem tem alguma limitação física (veja arte). Para tornar as propostas do guia realidade, o Ministério Público Estadual (MPE), por meio da Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Idosos , fiscaliza espaços públicos e de uso coletivo, verificando se estão adequados às leis da acessibilidade.

Além do Jardim Zoológico, já passaram pela varredura do órgão o Parque Ecológico da Pampulha, o Jardim Botânico e os principais cinemas, shoppings e teatros de Belo Horizonte. A adaptação de praças e parques faz parte de um inquérito civil em tramitação no MPE. De acordo com a promotora Ana Paula Mendes Rodrigues, titular da promotoria especializada, caso não se disponha a celebrar um termo de ajustamento de conduta, uma ação civil pública será impetrada contra a Prefeitura de Belo Horizonte. “É importante ressaltar que a legislação se encontra em vigor há tempos e o seu cumprimento não está condicionado à intervenção do MP”, afirma.

VOMOS LÁ BH TODOS NÓS TEMOS O DIREITO DE NÚS DIVERTIR.....

Bookmark and Share

0 comentários:

Postar um comentário