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sexta-feira, 21 de agosto de 2015 Vestindo calça sentado Taí uma tarefa que costuma ser enjoada - até pegar a prática Logo que sofri o acidente que me deixou paraplégico, percebi que uma das tarefas mais rotineiras e repetidas precisaria ser adaptada: trocar de roupa. Como sou muito alto e pesado, com a perda dos movimentos, deitado, e ainda machucado no ombro, não pude auxiliar muito as enfermeiras que me atenderam e dei bastante trabalho nas trocas de roupa. Para colocar e tirar bermudas e calças, elas me viravam para um lado, subiam um pouco uma perna, me viravam para o outro, e assim ia, pelejando. Quando chegava na cintura a coisa complicava, muitas vezes era preciso erguer o quadril, e aí era preciso a ajuda de um parente ou de um enfermeiro mais forte. Quando comecei a me virar sozinho, imitei a técnica das enfermeiras, e ficava me virando na cama para vestir calças. Parecia uma cobra enlouquecida, vira para um lado, puxa do outro, vira de novo, puxa mais um pouco. Achava isso tudo muito trabalhoso e cansativo. Assim que fui para o Sarah acreditei que me ensinariam técnicas mais apuradas e menos cansativas, mas disseram que a melhor forma de vestir calça era deitado mesmo, puxando aqui e ali até chegar na cintura. Até ensinaram a puxar sentado na cama, porém não acrescentou muito. Mas eis que, em conversa com outros internos, me deram a dica: poderia vestir calças sentado na cadeira, aproveitando as mãos grandes para apoiar nos protetores de roupa e puxar a calça com os polegares. Desde então, só me visto desta forma. Acho muito mais rápido e menos cansativo do que deitado. E este é outro motivo para usar os protetores de roupa com abas dobradas que mostrei no post anterior. Este modelo permite segurar com as mãos e puxar a calça ao mesmo tempo. Calças Jeans são mais complicadas de vestir O cuidado que se deve tomar é o ajuste da calça atrás, pois nesta técnica a calça pode não subir completamente e deixar à mostra o famoso "cofrinho", o que garante uma "pagação de mico" nas transferências. Pior ainda é quando a calça agarra em algum lugar nas transferências e o espetáculo é ainda maior, com um verdadeiro "strip tease". Já aconteceu comigo algumas vezes, principalmente quando a calça agarra no protetor de roupa da cadeira ao sair do carro. Graças a esse descuido já fiquei de cueca algumas vezes na garagem do trabalho. Felizmente não havia mulheres por perto e consegui puxar rapidamente a calça, mas rendeu boas risadas dos manobristas e de quem estava passando... Aí entram minhas dicas sobre a escolha da calça. Hoje já existem calças adaptadas para cadeirante, até mesmo jeans, mas como ainda não conheço e nem experimentei, vou falar de calças comuns. Para o dia a dia, recomendo usar calças de nylon ou outro material escorregadio, pela facilidade para colocar e tirar. E também por serem confortáveis e bonitas - pelo menos para mim. No horário comercial, para quem trabalha em escritório, em atividade administrativa, tem a opção de usar calças sociais. Elas também são muito fáceis de vestir e confortáveis para o dia a dia. Mas e as calças jeans? Usadas pela maioria das pessoas, elas também podem ser vestidas com esta técnica, e apesar da maior resistência, entram até o final com algumas reboladas (sem duplo sentido, por favor). Calças de nylon e materiais lisos são mais fáceis de vestir Veja no vídeo abaixo a técnica que uso. Gostaria de deixar claro que ela só deve ser tentada se o cadeirante tiver bom controle e equilíbrio do corpo, além de força nos braços. Nas primeiras tentativas, é importante ter alguém por perto apoiando para um caso de desequilíbrio. Minha lesão é alta, T2 óssea e medular C7 - portanto sou considerado tetra, mas nunca perdi força nos membros superiores e recuperei alguma musculatura abaixo da lesão que me permitem fazer isto e outras peripécias com segurança - que com o tempo, aprimorei. Essa é a chave para qualquer atividade, se não se sentir seguro, não faça. Enfim, espero ajudar outras pessoas que procuram formas de agilizar estas atividades do dia a dia. Para mim, funciona!

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sexta-feira, 21 de agosto de 2015 Vestindo calça sentado Taí uma tarefa que costuma ser enjoada - até pegar a prática Logo que sofri o acidente que me deixou paraplégico, percebi que uma das tarefas mais rotineiras e repetidas precisaria ser adaptada: trocar de roupa. Como sou muito alto e pesado, com a perda dos movimentos, deitado, e ainda machucado no ombro, não pude auxiliar muito as enfermeiras que me atenderam e dei bastante trabalho nas trocas de roupa. Para colocar e tirar bermudas e calças, elas me viravam para um lado, subiam um pouco uma perna, me viravam para o outro, e assim ia, pelejando. Quando chegava na cintura a coisa complicava, muitas vezes era preciso erguer o quadril, e aí era preciso a ajuda de um parente ou de um enfermeiro mais forte. Quando comecei a me virar sozinho, imitei a técnica das enfermeiras, e ficava me virando na cama para vestir calças. Parecia uma cobra enlouquecida, vira para um lado, puxa do outro, vira de novo, puxa mais um pouco. Achava isso tudo muito trabalhoso e cansativo. Assim que fui para o Sarah acreditei que me ensinariam técnicas mais apuradas e menos cansativas, mas disseram que a melhor forma de vestir calça era deitado mesmo, puxando aqui e ali até chegar na cintura. Até ensinaram a puxar sentado na cama, porém não acrescentou muito. Mas eis que, em conversa com outros internos, me deram a dica: poderia vestir calças sentado na cadeira, aproveitando as mãos grandes para apoiar nos protetores de roupa e puxar a calça com os polegares. Desde então, só me visto desta forma. Acho muito mais rápido e menos cansativo do que deitado. E este é outro motivo para usar os protetores de roupa com abas dobradas que mostrei no post anterior. Este modelo permite segurar com as mãos e puxar a calça ao mesmo tempo. Calças Jeans são mais complicadas de vestir O cuidado que se deve tomar é o ajuste da calça atrás, pois nesta técnica a calça pode não subir completamente e deixar à mostra o famoso "cofrinho", o que garante uma "pagação de mico" nas transferências. Pior ainda é quando a calça agarra em algum lugar nas transferências e o espetáculo é ainda maior, com um verdadeiro "strip tease". Já aconteceu comigo algumas vezes, principalmente quando a calça agarra no protetor de roupa da cadeira ao sair do carro. Graças a esse descuido já fiquei de cueca algumas vezes na garagem do trabalho. Felizmente não havia mulheres por perto e consegui puxar rapidamente a calça, mas rendeu boas risadas dos manobristas e de quem estava passando... Aí entram minhas dicas sobre a escolha da calça. Hoje já existem calças adaptadas para cadeirante, até mesmo jeans, mas como ainda não conheço e nem experimentei, vou falar de calças comuns. Para o dia a dia, recomendo usar calças de nylon ou outro material escorregadio, pela facilidade para colocar e tirar. E também por serem confortáveis e bonitas - pelo menos para mim. No horário comercial, para quem trabalha em escritório, em atividade administrativa, tem a opção de usar calças sociais. Elas também são muito fáceis de vestir e confortáveis para o dia a dia. Mas e as calças jeans? Usadas pela maioria das pessoas, elas também podem ser vestidas com esta técnica, e apesar da maior resistência, entram até o final com algumas reboladas (sem duplo sentido, por favor). Calças de nylon e materiais lisos são mais fáceis de vestir Veja no vídeo abaixo a técnica que uso. Gostaria de deixar claro que ela só deve ser tentada se o cadeirante tiver bom controle e equilíbrio do corpo, além de força nos braços. Nas primeiras tentativas, é importante ter alguém por perto apoiando para um caso de desequilíbrio. Minha lesão é alta, T2 óssea e medular C7 - portanto sou considerado tetra, mas nunca perdi força nos membros superiores e recuperei alguma musculatura abaixo da lesão que me permitem fazer isto e outras peripécias com segurança - que com o tempo, aprimorei. Essa é a chave para qualquer atividade, se não se sentir seguro, não faça. Enfim, espero ajudar outras pessoas que procuram formas de agilizar estas atividades do dia a dia. Para mim, funciona!

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