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CRESCE OFERTAS DE EMPREGO PARA DEFICIENTES

De acordo com o Centro Público de Apoio ao Trabalhador de Campinas, oportunidades vão aumentar, pelo menos, 150% em relação ao ano passado.

O mercado de trabalho para pessoas com deficiência está aquecido na região de Campinas (SP). O número de vagas terá um aumento expressivo de setembro até o fim do ano. De acordo com o Centro Público de Apoio ao Trabalhador de Campinas (CPAT), a oferta de oportunidades vai aumentar, pelo menos, 150% em relação ao ano passado. Mas ainda há problemas de infraestrutura que precisam ser solucionados no universo das pessoas com deficiência.

Cerca de 30 mil pessoas têm algum tipo de deficiência só em Campinas, de acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais). Deste total, apenas 10% estão trabalhando no mercado formal. Segundo a coordenadora do CPAT, Sílvia Garcia, apenas 525 pessoas estão inscritas para concorrer às vagas divulgadas para pessoas com deficiência.

“Muitas pessoas deixam de procurar emprego nas empresas para não correr o risco de perder seus benefícios do INSS, garantidos por lei. Pois se uma pessoa com deficiência é contratada, ela para de receber o benefício. Caso seja demitida, ela terá que provar a sua necessidade para voltar a receber”, explica.

Para incentivar e qualificar este público, ONGs e outras instituições investem em cursos de capacitação e ajudam na inserção dos deficientes nas empresas.

A ONG Sorri Campinas, por exemplo, oferece cursos de envolvimento pessoal e de capacitação profissional. Muitos deles acontecem dentro das empresas, o que contribui para a interação com os funcionários no ambiente de trabalho. Após esta oportunidade, 70% a 75% dos alunos são aproveitados na própria instituição. Os demais acabam empregadas em outros lugares, já que recebem certificados para cada curso concluído.

Segundo a gerente executiva da ONG, Maria Olímpia Luz, as próprias empresas procuram a instituição para selecionar profissionais através dos cursos.

“Quando você trabalha com a pessoa dentro do ambiente, ela já vai se adaptando em um processo normal. Ela não vai ter o choque de entrar, principalmente aqueles que são as primeiras oportunidades. Quem ganha com isso são as pessoas com deficiência”, explica. Veja detalhes no vídeo.

O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) tem um programa diferenciado que também beneficia este público. O projeto Qualificar para Incluir oferece o curso de tecnologia da informação (TI). Segundo a coordenadora Vera Lúcia Meloni, a procura das empresas também é grande.

“Várias empresas se colocaram para receber os currículos dos alunos e contratar essas pessoas. Na primeira turma, alguns alunos não conseguiram concluir o programa porque começaram logo a trabalhar. Por conta disso, um acordo com as empresas interessadas foi feito, para que elas esperem a formatura dos alunos”, explica a coordenadora.

Falta de infraestrutura
Além da baixa escolaridade e da falta de qualificação, a infraestrutura insuficiente também faz parte dos problemas do universo das pessoas com deficiência. Segundo o membro da ONG Centro de Vida Independente, economista e aluno de doutorado da Unicamp, Vinícius Garcia, é preciso realizar políticas de inclusão desse público na sociedade. Ele é tetraplégico e vive em uma cadeira de rodas há 15 anos.

“A gente tem problemas de acessibilidade no município de Campinas. Apesar dos avanços, a gente tem dificuldade de transporte, nas ruas. Isso dificulta a pessoa com deficiência poder procurar emprego, trabalhar”, afirma.

Pessoas cegas e surdas têm mais dificuldade para se informar, porque nem todas as mídias estão preparadas para atender a este público. Na tese de doutorado, Vinícius constatou que a participação de deficientes no mercado de trabalho ainda é muito baixa.

“Há uma preferência das empresas pelas pessoas com deficiência auditiva e física, em detrimento das pessoas com deficiência visual e cognitiva (mental)”, afirma Vinícius Garcia.

Entre as possíveis soluções para melhorar este quadro, o economista destaca a importância da inclusão escolar para o desenvolvimento dos deficientes.

Entenda a lei
Parte das contratações é garantida pela lei federal 8.213/91, artigo 93, que obriga as empresas com 100 ou mais funcionários a preencher de 2% a 5% de seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas com deficiência habilitadas. O objetivo da lei é combater o processo histórico de exclusão.

De acordo com a Gerência Regional do Trabalho e Emprego em Campinas, 731 empresas estão cadastradas no banco de dados. Destas, 347 cumprem a cota determinada pela lei, 211 estão em processo de fiscalização e 173 serão convocadas até dezembro deste ano para serem fiscalizadas. A gerência contabilizou, no mínimo, 7,1 mil pessoas com deficiência admitidas na região de Campinas, sendo que mil são reabilitadas.

Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD)
O Projeto Qualificar para Incluir tem o objetivo de propor alternativas diferenciadas para o mercado de trabalho de pessoas com deficiência. O curso de tecnologia da informação tem a duração de, aproximadamente, um ano. Os interessados devem ter o ensino médio completo, mais de 18 anos e precisam apresentar um laudo que comprove a deficiência. Eles podem acompanhar a abertura de inscrições no site do CPqD.

Cada temporada conta com 80 alunos, divididos em quatro turmas. A primeira etapa do curso é voltada para a área comportamental. Na segunda, os estudantes passam por um nivelamento do conhecimento de informática.

O CPqD fica na Rodovia Campinas/Mogi-Mirim, Km 118,5, em Campinas. Interessados podem conferir mais informações no site do CPqD.

Centro Público de Apoio ao Trabalhador (CPAT)
O CPAT divulga vagas todos os dias para moradores de Campinas e região. Os interessados devem comparecer ao centro portando RG, carteira de trabalho, comprovante de residência e laudo médico que comprove a deficiência.

O centro fica na Avenida Campos Salles, 427, no Centro de Campinas. O horário de funcionamento vai das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira

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CRESCE OFERTAS DE EMPREGO PARA DEFICIENTES

De acordo com o Centro Público de Apoio ao Trabalhador de Campinas, oportunidades vão aumentar, pelo menos, 150% em relação ao ano passado.

O mercado de trabalho para pessoas com deficiência está aquecido na região de Campinas (SP). O número de vagas terá um aumento expressivo de setembro até o fim do ano. De acordo com o Centro Público de Apoio ao Trabalhador de Campinas (CPAT), a oferta de oportunidades vai aumentar, pelo menos, 150% em relação ao ano passado. Mas ainda há problemas de infraestrutura que precisam ser solucionados no universo das pessoas com deficiência.

Cerca de 30 mil pessoas têm algum tipo de deficiência só em Campinas, de acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais). Deste total, apenas 10% estão trabalhando no mercado formal. Segundo a coordenadora do CPAT, Sílvia Garcia, apenas 525 pessoas estão inscritas para concorrer às vagas divulgadas para pessoas com deficiência.

“Muitas pessoas deixam de procurar emprego nas empresas para não correr o risco de perder seus benefícios do INSS, garantidos por lei. Pois se uma pessoa com deficiência é contratada, ela para de receber o benefício. Caso seja demitida, ela terá que provar a sua necessidade para voltar a receber”, explica.

Para incentivar e qualificar este público, ONGs e outras instituições investem em cursos de capacitação e ajudam na inserção dos deficientes nas empresas.

A ONG Sorri Campinas, por exemplo, oferece cursos de envolvimento pessoal e de capacitação profissional. Muitos deles acontecem dentro das empresas, o que contribui para a interação com os funcionários no ambiente de trabalho. Após esta oportunidade, 70% a 75% dos alunos são aproveitados na própria instituição. Os demais acabam empregadas em outros lugares, já que recebem certificados para cada curso concluído.

Segundo a gerente executiva da ONG, Maria Olímpia Luz, as próprias empresas procuram a instituição para selecionar profissionais através dos cursos.

“Quando você trabalha com a pessoa dentro do ambiente, ela já vai se adaptando em um processo normal. Ela não vai ter o choque de entrar, principalmente aqueles que são as primeiras oportunidades. Quem ganha com isso são as pessoas com deficiência”, explica. Veja detalhes no vídeo.

O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) tem um programa diferenciado que também beneficia este público. O projeto Qualificar para Incluir oferece o curso de tecnologia da informação (TI). Segundo a coordenadora Vera Lúcia Meloni, a procura das empresas também é grande.

“Várias empresas se colocaram para receber os currículos dos alunos e contratar essas pessoas. Na primeira turma, alguns alunos não conseguiram concluir o programa porque começaram logo a trabalhar. Por conta disso, um acordo com as empresas interessadas foi feito, para que elas esperem a formatura dos alunos”, explica a coordenadora.

Falta de infraestrutura
Além da baixa escolaridade e da falta de qualificação, a infraestrutura insuficiente também faz parte dos problemas do universo das pessoas com deficiência. Segundo o membro da ONG Centro de Vida Independente, economista e aluno de doutorado da Unicamp, Vinícius Garcia, é preciso realizar políticas de inclusão desse público na sociedade. Ele é tetraplégico e vive em uma cadeira de rodas há 15 anos.

“A gente tem problemas de acessibilidade no município de Campinas. Apesar dos avanços, a gente tem dificuldade de transporte, nas ruas. Isso dificulta a pessoa com deficiência poder procurar emprego, trabalhar”, afirma.

Pessoas cegas e surdas têm mais dificuldade para se informar, porque nem todas as mídias estão preparadas para atender a este público. Na tese de doutorado, Vinícius constatou que a participação de deficientes no mercado de trabalho ainda é muito baixa.

“Há uma preferência das empresas pelas pessoas com deficiência auditiva e física, em detrimento das pessoas com deficiência visual e cognitiva (mental)”, afirma Vinícius Garcia.

Entre as possíveis soluções para melhorar este quadro, o economista destaca a importância da inclusão escolar para o desenvolvimento dos deficientes.

Entenda a lei
Parte das contratações é garantida pela lei federal 8.213/91, artigo 93, que obriga as empresas com 100 ou mais funcionários a preencher de 2% a 5% de seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas com deficiência habilitadas. O objetivo da lei é combater o processo histórico de exclusão.

De acordo com a Gerência Regional do Trabalho e Emprego em Campinas, 731 empresas estão cadastradas no banco de dados. Destas, 347 cumprem a cota determinada pela lei, 211 estão em processo de fiscalização e 173 serão convocadas até dezembro deste ano para serem fiscalizadas. A gerência contabilizou, no mínimo, 7,1 mil pessoas com deficiência admitidas na região de Campinas, sendo que mil são reabilitadas.

Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD)
O Projeto Qualificar para Incluir tem o objetivo de propor alternativas diferenciadas para o mercado de trabalho de pessoas com deficiência. O curso de tecnologia da informação tem a duração de, aproximadamente, um ano. Os interessados devem ter o ensino médio completo, mais de 18 anos e precisam apresentar um laudo que comprove a deficiência. Eles podem acompanhar a abertura de inscrições no site do CPqD.

Cada temporada conta com 80 alunos, divididos em quatro turmas. A primeira etapa do curso é voltada para a área comportamental. Na segunda, os estudantes passam por um nivelamento do conhecimento de informática.

O CPqD fica na Rodovia Campinas/Mogi-Mirim, Km 118,5, em Campinas. Interessados podem conferir mais informações no site do CPqD.

Centro Público de Apoio ao Trabalhador (CPAT)
O CPAT divulga vagas todos os dias para moradores de Campinas e região. Os interessados devem comparecer ao centro portando RG, carteira de trabalho, comprovante de residência e laudo médico que comprove a deficiência.

O centro fica na Avenida Campos Salles, 427, no Centro de Campinas. O horário de funcionamento vai das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira

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